Eu entendo o medo que você sente. De não ser suficiente. De não ser “bonita o bastante”. De não ser “incrível o bastante”. De não ser aceita. De ser julgada porque quem você é.
Eu entendo porque muitas vezes me senti assim também. E muitas vezes ainda me sinto. Eu e meu cabelo “difícil de controlar”. A boca tão grande que quando sorri até o molar aparece. A voz tão alta que dá pra escutar do outro quarteirão. Com horror a salto e sutiã de bojo. Aquela barriga que nunca me abandona e uma insatisfação persistente com meu corpo.
A verdade é que todas nós (TODAS mesmo!) temos algo que gostaríamos de mudar sobre a gente. E isso nos persegue pela vida a fora, impedindo a nossa felicidade completa, a sensação de preenchimento do ser, a sensação de domínio sobre o que somos e a liberdade para ser quem de fato somos.
Por que estou escrevendo sobre isso?
Simplesmente porque acredito que você possui algo especial, que é só seu e merece ser honrado.
Veja bem… Eu aprendi a amar o som barulhento da minha risada e o meu cabelo rebelde. Aprendi que posso (e devo!) tirar do caminho aquilo que não serve a minha felicidade plena. Aprendi que sou um trabalho ainda em processo, mas buscando me amar mais a cada dia que passa.
Cada “defeitinho”, cada vírgula que algum dia me disseram que não era “o bastante”, estou humildemente tentando abraçar.
E eu também desejo isso pra você.
Não me entenda mal, não estou aqui pra te falar que é fácil, que é num passe de mágica. Só quero te dizer que é possível se amar, sem se dilacerar pra caber no pensamento dos outros. É preciso que a gente abra espaço primeiro na gente mesma.
É preciso criar um berço pra que nossas dores descansem, onde seja possível perguntar “por que eu odeio isso em mim mesma?”. E ser honesta com a resposta. Ser justa e carinhosa com sua história, seus medos e suas inseguranças.
Ninguém pode te dizer o que fazer de si mesma. Você é a única capaz de se abraçar, juntar seus cacos perdidos pelo chão, olhar no espelho e dizer: “eu me aceito, eu me amo, eu me admiro por tudo que sou”.
Tenha certeza que daqui de longe, eu te admiro também.